1 DE JUNHO - 20.00
DIA MUNDIAL DA CRIANÇA
VIGILIA PELA MATERNIDADE
FRENTE À JUNTA DE FREGUESIA DE S. PEDRO
VEM! TRAZ A FAMÍLIA!
ABRAÇA ESTA CAUSA
Texto a distribuir à população: ENCERRAMENTO DA MATERNIDADE DO HOSPITAL DISTRITAL DA FIGUEIRA DA FOZ Carta aberta ao Sr. Ministro da Saúde (consultável, na íntegra, na Comunicação Social e no blog Nascer na Figueira ) CARA CONCIDADÃ / CARO CONCIDADÃO : Como é do seu conhecimento, o Movimento Cívico Nascer na Figueira acaba de endereçar ao Sr. Ministro da Saúde uma CARTA ABERTA , reclamando a reabertura da Maternidade do Hospital Distrital da Figueira da Foz. Dado o teor algo técnico dessa carta e a sua extensão, vimos resumir o assunto nesse documento expresso: Chama o Movimento Cívico a atenção da tutela para os 4 nascimentos ocorridos em contexto extra hospitalar desde o encerramento da nossa Maternidade. Chama a atenção para a possibilidade de repetição do fenómeno, situação que, a confirmar-se, nos colocará a par das regiões mais atrasadas da Europa, onde escasseiam ou são inexistentes, os cuidados básicos a grávidas e recém-nascidos. Chama a atenção para o decréscimo de qualidade na assistência ao parto e ao recém-nascido, por mão do actual Ministério da Saúde, já que, até há muito recentemente, Portugal ocupava o 4º lugar mundial na prestação destes cuidados. Chama a atenção para a necessidade de serem divulgados os resultados do inquérito a que se referiu o Sr. Ministro da Saúde, aquando do último parto acontecido na A14, reafirmando a convicção plena de culpas apenas imputáveis ao Ministério da Saúde e suas estruturas. Chama ainda a atenção para os bons resultados apresentados pela Maternidade do nosso Hospital, afirmando como mentiras as “considerações” postas a circular para defender o seu encerramento. Manifesta o Movimento Cívico grande preocupação com o futuro, temendo virem a acontecer partos em que algo acabe correndo mal, com custos não compensáveis para as famílias e em especial para as mulheres grávidas, considerando ainda, nesta como em todas as hipóteses, como únicos responsáveis o Sr. Ministro da Saúde e o seu Ministério. |
Encerramento da Maternidade do Hospital Distrital da Figueira Figueira da Foz Carta aberta ao Sr. Ministro da Saúde ( Com conhecimento ao Sr. Presidente do Conselho de Administração da ARSCentro ) Exmº Senhor Ministro da Saúde Como é do conhecimento de V. Exª, desde 4 de Novembro de 2006 até hoje, nasceram quatro crianças, oriundas do concelho da Figueira da Foz, em contexto extra-hospitalar. Como nessa data V. Exª havia encerrado a Maternidade, essas crianças nasceram, uma na urgência do Hospital Distrital da Figueira da Foz, duas na ambulância dos bombeiros, na A14, a caminho de Coimbra, e uma outra numa garagem, onde esperava o transporte também para Coimbra. Se daqui até Novembro de 2007 nascer outra criança nestas condições, acontecerá que 1% das crianças da Figueira da Foz passa a nascer fora de qualquer instituição prestadora de cuidados básicos ao parto e ao recém-nascido, o que nos colocará na cauda da Europa, de parceria com algumas das suas regiões mais atrasadas . Esta estatística é arrepiante para um país que até ao ano passado ocupava o quarto lugar mundial na qualidade da assistência a este nível de cuidados. E mostra definitivamente que a decisão política de encerramento da Maternidade, põe em risco a saúde e a segurança das grávidas e dos recém-nascidos deste concelho. Anunciou V. Exª um inquérito aos nascimentos em ambulâncias, nomeadamente aquando do último, ocorrido a 21 de Março. Com a loquacidade que o caracteriza, foi adiantando que estes nascimentos se devem à deficiente assistência à mulher no período de gravidez. Independentemente de não ter nenhuma razão no caso que deu origem às suas declarações, tem V. Exª razão em outros pontos, pontos esses que, no entanto, não explicita: o sr. Ministro sabe que 30% das grávidas não passam pelos Centros de Saúde, não tendo assim acesso a exames de controlo da gravidez; que 30% não fazem consultas de revisão do puerpério; que ficam por fazer nos Centros de Saúde 45% das consultas de saúde infantil nos primeiros 12 meses de vida, que as boas práticas aconselham; e que a percentagem de crianças com menos de 6 anos que beneficiaram de, pelo menos, 24 meses, de aleitação materna é de 29%. Ora o encerramento de maternidades prova que as prioridades do Ministério são outras que não a melhoria das condições de assistência à mãe e ao recém-nascido. Aliás, as próprias declarações de V. Ex.ª revelam não estar o Sr. Ministro preocupado com os cidadãos mais desprotegidos do ponto de vista social e económico. Consideramos o inquérito referido bem-vindo, desde que apure as responsabilidades sobre o conjunto de mentiras, técnicas e políticas que antecederam o encerramento desta Maternidade. Foi garantido que encerraria apenas o bloco de partos e afinal encerrou a Maternidade, o que leva a que hoje a preparação préparto seja feita na privada. É mentira que a Maternidade da Figueira da Foz tivesse resultados piores que outras maternidades que permaneceram abertas, como o prova o estudo da Direcção Geral de Saúde. E a mentira de fundo, a que mais nos agasta enquanto cidadãos de direito, é que às maternidades privadas, como as que em Chaves e Mirandela vão substituir as que encerraram, não vão ser exigidas as mesmas condições que às publicas, como hoje já não são exigidas essas condições às privadas já existentes. Se um qualquer inquérito trabalhar sobre estas questões não terá dúvidas em apontar as responsabilidades para V. Exª. Mas como desconfiamos que tal venha a acontecer, aqui estamos nós a afirmar que o responsável pela drástica diminuição da qualidade do apoio à grávida e ao recém-nascido na Figueira da Foz é V. Exª. apoiado pelas estruturas intermédias do Ministério da Saúde, designadamente a Administração Regional de Saúde do Centro. Convictos da justeza da nossa luta reclamos: A bem da saúde, da segurança e da tranquilidade das grávidas e demais população do concelho, exortamos junto de V.Exªs. o reequacionar desta situação, acautelando funestos acontecimentos futuros, através da reabertura da valência de maternidade no HDFF, instituição que continua dotada das condições físicas e humanas essenciais à manutenção desse serviço. Figueira da Foz, Abril de 2007 Movimento Cívico Nascer na Figueira |
A segurança dos partos que todos esperavamos... Fica claro que a Câmara e o movimento cívico "Nascer na Figueira" tinham razão em defender a manutenção do bloco de partos do hospital. Um bebé nasceu na manhã de quinta-feira, dia 29 de Março, numa garagem de Buarcos, enquanto a mãe aguardava a chegada dos bombeiros para ir para a maternidade. Trata-se do terceiro parto de mulheres da Figueira da Foz ocorrido fora de maternidades este mês: o primeiro foi no dia 8 e o segundo no dia 21, ambos a bordo de ambulâncias dos bombeiros voluntários que seguiam na auto-estrada A14, em direcção a Coimbra. Na semana anterior, nasceu um outro menino cerca das 7 horas (meia hora depois de a ambulância ter sido chamada), ao quilómetro 22 da A14, já no concelho de Montemor-o- Velho. O parto foi assistido por uma equipa médica de uma viatura do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que seguia junto com a ambulância em direcção a Coimbra, a cerca de 50 quilómetros da Figueira da Foz. A 8 de Março, tinha nascido uma menina, mas ao quilómetro 17 da mesma A14, naquele que foi o primeiro nascimento a caminho de uma unidade hospitalar de Coimbra, após o encerramento, a 4 de Novembro, do bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira da Foz. O bloco de partos fechou por determinação do Ministério da Saúde, passando as utentes a ser encaminhadas para as maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, em Coimbra, e para o Hospital de Santo André, em Leiria. É óbvio para todos, menos para o sr. Ministro da Saùde,que o nascimento de crianças a bordo de ambulâncias na A14 põe em causa a segurança dos partos... Entretanto o Ministro da Saúde anunciou, no passado dia 21, a abertura de um inquérito ao nascimento dos dois primeiros bebés em ambulâncias a caminho de Coimbra, mas garantiu estar “nada arrependido” de ter fechado a maternidade da Figueira da Foz. Correia de Campos desdramatizou o nascimento de bebés em ambulâncias e atribuiu ao facto de: “haver pessoas que não utilizam o Serviço Nacional de Saúde como deviam”. “O que faz nascer crianças nas ambulâncias é o insuficiente acompanhamento do préparto”. Acrescentando que “gostaria que estes incidentes fossem prevenidos e a única forma é melhorar a cobertura da rede pré-natal”. Embora reconhecendo que o Governo “não é indiferente” à existência de dois nascimentos naquelas condições em apenas 15 dias, Correia de Campos sustentou que os incidentes “não têm qualquer relação com o fecho de maternidades”... Anunciou no entanto que já deu instruções à Inspecção-Geral de Saúde para "abrir um inquérito às ocorrências"... Ficamos muito contentes com isso, desde que este aponte para os verdadeiros responsáveis pela diminuição da qualidade de apoio às grávidas e aos recém-nascidos do nosso concelho... |