11 abril, 2007

A segurança dos partos que todos esperavamos...

Fica claro que a Câmara e o movimento cívico "Nascer na Figueira" tinham razão em defender a manutenção do bloco de partos do hospital.
Um bebé nasceu na manhã de quinta-feira, dia 29 de Março, numa garagem de Buarcos, enquanto a mãe aguardava a chegada dos bombeiros para ir para a maternidade. Trata-se do terceiro parto de mulheres da Figueira da Foz ocorrido fora de maternidades este mês: o primeiro foi no dia 8 e o segundo no dia 21, ambos a bordo de ambulâncias dos bombeiros voluntários que seguiam na auto-estrada A14, em direcção a Coimbra.
Na semana anterior, nasceu um outro menino cerca das 7 horas (meia hora depois de a ambulância ter sido chamada), ao quilómetro 22 da A14, já no concelho de Montemor-o- Velho. O parto foi assistido por uma equipa médica de uma viatura do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que seguia junto com a ambulância em direcção a Coimbra, a cerca de 50 quilómetros da Figueira da Foz. A 8 de Março, tinha nascido uma menina, mas ao quilómetro 17 da mesma A14, naquele que foi o primeiro nascimento a caminho de uma unidade hospitalar de Coimbra, após o encerramento, a 4 de Novembro, do bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira da Foz. O bloco de partos fechou por determinação do Ministério da Saúde, passando as utentes a ser encaminhadas para as maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, em Coimbra, e para o Hospital de Santo André, em Leiria.
É óbvio para todos, menos para o sr. Ministro da Saùde,que o nascimento de crianças a bordo de ambulâncias na A14 põe em causa a segurança dos partos...
Entretanto o Ministro da Saúde anunciou, no passado dia 21, a abertura de um inquérito ao nascimento dos dois primeiros bebés em ambulâncias a caminho de Coimbra, mas garantiu estar “nada arrependido” de ter fechado a maternidade da Figueira da Foz.
Correia de Campos desdramatizou o nascimento de bebés em ambulâncias e atribuiu ao facto de:
“haver pessoas que não utilizam o Serviço Nacional de Saúde como deviam”.
“O que faz nascer crianças nas ambulâncias é o insuficiente acompanhamento do préparto”.
Acrescentando que “gostaria que estes incidentes fossem prevenidos e a única forma é melhorar a cobertura da rede pré-natal”. Embora reconhecendo que o Governo “não é indiferente” à existência de dois nascimentos naquelas condições em apenas 15 dias, Correia de Campos sustentou que os incidentes “não têm qualquer relação com o fecho de maternidades”...
Anunciou no entanto que já deu instruções à Inspecção-Geral de Saúde para "abrir um inquérito às ocorrências"...
Ficamos muito contentes com isso, desde que este aponte para os verdadeiros responsáveis pela diminuição da qualidade de apoio às grávidas e aos recém-nascidos do nosso concelho...

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